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Entrevista para o blog Lala e Maria Rudge

Publicado em: 06/08/2016

1Quais os tipos de músicas mais indicados?

Sim. Hoje temos estudos científicos que provam que a aprendizagem infantil começa na gestação. O sistema auditivo e a sensibilidade tátil do feto estão aptos para receber informações a partir do  quinto mês de vida intra-uterina. A partir desta etapa, todo estímulo (toque, risada, grito, barulho...) fará diferença no desenvolvimento cerebral do feto, que além de alimento, oxigênio e proteção, precisa de afeto e carinho para se desenvolver. Pelo fato dos sons do mundo exterior entrarem pelo tecido abdominal da mãe e pelo líquido amniótico que envolve o feto, ele é capaz de ouvir e reagir ao que escuta (apesar dos sons serem abafados). Muitas mães relatam que os bebês reconhecem depois de nascidos, as músicas que elas costumavam ouvir quando estes estavam ainda na barriga. As mães ensinam seus filhos mesmo antes de nascerem e as pesquisas mostram que o feto capta estas dicas do ambiente intra-uterino e molda sua psicologia de acordo.

 

2Quais os tipos de músicas mais indicados?

Os estilos de música mais indicados, são músicas que a mamãe se sinta bem e que lhe traga boas recordações. Para acalmar e diminuir a ansiedade, a gestante pode ouvir músicas com melodias mais suaves como, música clássica com sons da natureza, instrumentais com “flauta de pan” e canções de ninar. O ambiente também é importante para potencializar os efeitos da música. A mamãe pode procurar um local calmo e arejado e ouvir as músicas acariciando a barriga (algumas vezes o papai pode participar do momento), conversar e cantar para o bebê. É importante a mamãe visualizar pensamentos positivos, cenas agradáveis enquanto relaxa com a música. Atitudes e posturas de resguardo como estas, são importantes para fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho, que provavelmente reconhecerá a voz da mãe e do pai ao nascer, assim como canções que foram muitas vezes repetidas durante a gestação que certamente será mais tranqüila também.

 

3Qual a melhor idade para colocar os filhos na aula de música?

Quanto antes, melhor. A partir dos 8 meses, as famílias podem matricular seus filhos na musicalização infantil, que são aulas onde a criança vai brincar com a música (através de diversas atividades como brincadeiras de roda, de mãos, de colo, histórias cantadas, sonorizadas, parlendas, etc) para ajudá-la em seu desenvolvimento. Brincando com a música (geralmente as aulas são em grupo), a criança se socializa, melhora sua atenção e concentração, desenvolve seu senso rítmico, sua percepção auditiva, etc, o que formará bases para futuras aprendizagens como aprender um idioma ou aprender a ler e escrever.

 

4. E para matricular meu filho para aprender um instrumento musical?

A melhor fase é a fase que a criança está se alfabetizando. Tocar um instrumento exige da criança uma coordenação motora mais apurada, boa concentração, força de vontade, disciplina, além da parte física também. Para tocar um piano, por exemplo, é necessário que a mão da criança não seja tão pequena, senão ela esbarra os dedos nas teclas. Antes dos 6 anos, é muito mais aconselhável aulas de musicalização infantil, onde ela vai vivenciar a música e se desenvolver através de atividades que estão de acordo com seus interesse e necessidades (brincar, cantar, dramatizar, explorar, descobrir novos sons, etc). É necessário respeitar o tempo da criança, não querer pular etapas, para que o processo seja prazeroso.

 

5. Quais os benefícios da música nos estudos?

Estudos da Neurociência comprovam que estudar música melhora as funções executivas do cérebro, responsáveis por habilidades como memória, controle da atenção, organização e planejamento do futuro. Isso acontece porque praticar música, como tocar um instrumento musical, exige foco e disciplina, além de utilizar a coordenação das mãos, senso rítmico, estimulo visual e auditivo. Desde uma brincadeira de roda, ou tocar um instrumento musical, nas aulas de música, o cérebro é desafiado a utilizar diversas coordenações ao mesmo tempo (cantar/dançar, cantar/tocar/dançar, dançar/tocar, etc.) Essas informações são assimiladas pelo cérebro através dos sentidos, colaborando de forma significativa nas aquisições linguísticas, sociais e cognitivas, lembrando que todos os aspectos do desenvolvimento (motor, intelectual e afetivo) estão interligados e um exerce influência sobre o outro.

 

6Todos podem desenvolver sua inteligência musical?

Sim. É importante que a criança tenha contato com a música de forma prazerosa e tenha experiências significativas com essa linguagem. Dessa forma, ela terá interesse em praticar. Sabemos a importância da prática para nos desenvolver e com a música não é diferente. É importante enfatizar que nunca é tarde para praticar música. Ao aprender a tocar um instrumento musical, por exemplo, estamos exercitando nossas habilidades mentais, refinando nossa capacidade de ouvir e desenvolvendo o controle motor fino, o que ajudará na firmeza de equilíbrio e na crescer em mobilidade. Ou seja, desenvolvendo essa nova habilidade, programaremos nosso cérebro para envelhecer em melhores condições.
Link da entrevista:
http://www.lalarudge.com.br/maria-rudge/musica-para-criancas/

Débora Munhoz Barboni - Formada em Artes e pós graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil. Tem uma página no facebook chamada: Cantinho da Música (www.cantinhodamusica.com.br)

 

Prof. Débora Munhoz Barboni
Prof. de Música
www.cantinhodamusica.com.br






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